Esta semana tive uma reunião interessante que começou com um pequeno texto sobre como se desenvolveu o famoso vale do silício, nos EUA. Segundo o texto fonte do debate, a segunda grande guerra mundial forçou EUA e Inglaterra a investir em tecnologia pois os alemães detinham conhecimento avançado para a época: o radar. Os radares detectavam os bombardeiros da força Aliada e causavam muitos danos em equipamentos e vidas.
Com a guerra fria, a pressão por tecnologia continuou acirrada pois já não era mais possível sobrevoar o espaço aéreo “inimigo” e os EUA precisam saber o poder de fogo dos Soviéticos. Maciços investimentos governamentais nas universidades foram solução encontrada pelos americanos, que também incentivou seus universitários, motivados pelo nacionalismo agressivo, a criarem pequenas empresas. Vimos boas razões para explicar a razão pela qual os norte americanos estarem à frente de boa parte do mundo.
Nesta reunião, abordei que percebo um gap entre o que é ensinado na Universidade e o que é praticado no mercado.
Mês passado, ouvi o testemunho de um profissional da fábrica da Volks de Resende sobre estagiários de engenharia na fábrica, que, a princípio, ficam perdidos diante dos equipamentos, sendo até mesmo espezinhados pelos técnicos mais antigos.
Há três meses, contratei alguns profissionais para trabalhar em regime de home-office. Um deles era do Rio Grande do Norte e o outro da Paraíba. Entre os dois percebi a mesma característica, o que motivou o a demissão destes profissionais.
Ainda na mesma reunião comentei que percebo muitos profissionais que até são ótimos tecnicamente, mas profissionalmente são muito fracos. Digo isto porque quando veem alguma dificuldade além do normal, logo desistem; tentam se desvencilhar, enganar, etc.
Fiquei surpreso quando uma das pessoas da reunião disse que estas coisas acontecem porque as pessoas escolhem as profissões movidas pelo dinheiro que pensam que vão receber. Assim, a verdadeira vocação fica em segundo e terceiro plano. Como fazer com amor o que não se ama?
Universidade Corporativa é uma iniciativa das empresas em montar cursos (normalmente online) para preparar sua mão de obra, ministrando conteúdo de interesse desta empresa. Com esta iniciativa, é possível para a empresa, no menor tempo possível, alcançar os melhores resultados de seus funcionários, aumentando seu lucro graças a investimento no lugar certo.
Então, se a universidade corporativa é uma excelente iniciativa para derrubar ou diminuir a lacuna criada entre o que se ensina na universidade e o que se pratica no mercado, ainda falta resolver outro ponto ainda mais importante:
O amor.
Enquanto as profissões forem escolhidas pelo suposto dinheiro que oferecem, cursos serão um exercício de ensinar para quem não quer aprender.
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