Meses atrás a psiquiatra me deu uma sugestão que achei interessantíssima: “quando não estiver trabalhando feche a porta do seu escritório”. Eu havia confundido minha casa com meu trabalho e havia desaprendido a diferença entre trabalho e vida pessoal. Logo, não ver o escritório aberto passou a ser uma terapia.
Percebi que finais de semana e feriados prolongados faziam pouca diferença na minha vida pois era como se o trabalho estivesse ali.
Veio então a experiência de uma viagem de 7 dias para fora do país. Forte foram as tensões antes do embarque porque eu queria ter certeza de que nada se atrasaria no tempo que ficasse fora. No entanto o momento mais tenso foi preparar a bagagem pois olhei para o notebook. Compreendi que era importante ele ficar fora da minha mala. Seria como levar o escritório comigo e nada teria sentido. Todo o esforço seria em vão.
O máximo que levei de trabalho comigo foi um iPhone e o Skype instalado. De noite, em determinado horário, eu ficava sabendo “mais ou menos” o que havia acontecido.
De mãos atadas.
A verdade é que foi apenas uma semana de férias mas eu voltei modificado: mais exigente e menos obcecado pelo próprio trabalho. Outra cultura, educação diferente e quase nada de computador foram fatores importantes na minha vida.
Creio que tirar férias e permanecer no mesmo cotidiano é uma idéia ruim.
Conclui que um break é necessário para a evolução de nós mesmos; uma mudança de percurso, ainda que você vá para o mesmo lugar todos os dias, seja para escola ou trabalho!
A mudança tem que estar na sua cabeça, muito mais do que fora dela.
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