Portando um fuzil 7.62, certa madrugada, num ponto considerado vulnerável no Centro de Preparação de oficiais da Reserva, montei guarda com outro aluno, aparentemente pouco mais velho que eu.
Ainda que não fosse autorizado, conversávamos sobre vários assuntos.
O garoto me dizia que havia conseguido recuperar dinheiro do seu fundo de investimento preso pelo plano Collor. Ele alegou que tinha comprado um apartamento e precisava pagar suas prestações.
A lua estava alta e cheia, lembro bem. Isto atraiu meus olhos para o céu. Fiquei perguntando a Deus porque uns tão jovens tinham tanto e aparentemente tão fácil.
Certo momento da conversa ele comentou algo sobre drogas.
Eu ia falar que não gostava disso e ainda ia criticar quem usava, mas ele me interrompeu antes mesmo que eu abrisse a boca. Lembro a frase que ele usou:
“Eu faço.”
Fiquei calado. Contudo ele continuou dizendo o nome de todos do alojamento que usavam o negócio. Nomes que eu nunca imaginei…
Recentemente eu estava conversando com um médico renomado de São Paulo, cliente da minha empresa. Eu viajei para SP para acertar detalhes do projeto e, naquela conversa descontraída na padaria, ele falou de um amigo que perdera um filho para as drogas. Foi quando minha mente voltou 23 anos e eu me lembrei do peso do fuzil daquela madrugada e daquele garoto, talvez com pouco mais de 19 anos.
Então entendi, com mais de 20 anos de atraso, que aquele menino era um traficante e sutilmente estava me aliciando para comprar drogas da mão dele.
De repente ficou claro que Deus não me deixa sem resposta. Agora eu entendo porque uns tem tanto e tão rápido.
Só que isso…
“Eu não faço”.
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