Recordo que na década de 70, ainda um menino, via em todas as revistinhas uma propaganda do IUB (Instituto Universal Brasileiro). Era uma página inteira avermelhada com dezenas de anúncios de cursos em pequenos boxes. Pelo que compreendi, o material chegava em sua casa. Por curiosidade busquei o site e vi que a empresa ainda existe (fiquei até contente). Na política: milagre econômico, governos militares, obras faraônicas.
Na década de 80, mais crescidinho, um parente próximo meu resolveu voltar a estudar e recorreu aos telecurso 2 grau, que era uma iniciativa do governo federal em parceria com a Rede Globo (e outros parceiros). Eu via claramente essa pessoa estudar em livros grossos. assistindo aulas de madrugadinha na TV Cultura (aqui no Rio de Janeiro canal dois). A prova era presencial, não teve jeito. Na primeira tentativa, este parente próximo não conseguiu aprovação. Tenacidade e luta não faltaram e a vitória chegou. Hoje esta pessoa é uma advogada de renome. Graças a Deus. Nesta época, computadores, no meu entender, eram videogames e Bill Gates era mais um gênio maluco. Na política: regime militar caindo, Tancredo assumindo a presidência do país e morrendo horas depois, aumentando o caos no Brasil. José Sarney assumiu, sem poder político, pisando em ovos. Mil planos econômicos fracassados e moratória.
Na década de 90 tive meu primeiro contato com a internet e computadores de grande porte, como eram chamados. Havia um clamor e uma lenda urbana nasceu: “a IBM, maior produtora e vendedora de equipamentos de grande porte iria falir”. Trabalhei com o VM 370 da big blue e quase peguei cartões perfurados (um sistema monstro pré-histórico que o Exército tinha acabado de aposentar) usando um tal de Cobol – CSP e muitos outros. Experimentei da tal internet tentando fugir a qualquer custo dos equipamentos de grande porte. A internet era horrível. Só existia HTML simples, as imagens demoravam muito para aparecer na tela e iam “nascendo” de cima para baixo. Houve uma rápida evolução tecnológica: XT, AT 286, AT 386 e o poderosíssimo AT 486! EAD? Se considerarmos que as pessoas começaram a usar e-mails e fazer grupos de estudos pode-se dizer que houve alguma coisa. Para se conseguir um domínio na internet era uma batalha épica e banda larga só se fosse de paciência. Na política: Collor assumiu o poder e saiu, abrindo o mercado. Vejo este ponto como marcante para o EAD. Todo mundo queria ter um computador no final da década de 90. Muitos conseguiram. Itamar Franco e Fernando Henrique no poder.
Entre 2000 e 2012 muita coisa aconteceu como a banda larga. Na década de 90 ouvia-se falar de profissionais “black box” que não transmitiam conhecimento de jeito nenhum. O Google derrubou este tipo de profissional. Vídeos passaram a ser realidade até mesmo no Brasil e uma inundação de cursos livres assolou o Brasil. EAD explode e entra em descrédito ao mesmo tempo, embora a culpa disto seja dividida entre consumidores e produtores de conteúdo. Eu era um dos que tinha grande preconceito ao ensino a distância, pois achava um tédio. Quase todos os cursos que analisei em 2008 tinham os mesmos problemas: vídeos muito longos, escassez de profissionais de ensino para esta modalidade e fraca dose de seriedade. Tudo foi mudando muito rapidamente. Em 2008 fiz meu primeiro sistema de EAD para a Universidade Gama Filho. Em 2009 e 2010 fiz sistema de EAD para o Complexo Damásio de Jesus e foi apanhando que aprendi tudo que sei. Compreendi que EAD tinha algo de diferente: as pessoas eram “obrigadas” a procurar a resposta para problemas na própria internet, meio que sozinhas. EAD é o paraíso para os autodidatas e não era um negócio “largado” como pensei no princípio. Percebi que vários cursos presenciais (como cursos de inglês) estão adotando técnicas de ensino predominantemente visto em EAD: estudar antecipadamente antes da aula presencial através de várias mídias diferentes como website, livros e filmes (caso do WiseUp e UpTime). Ou seja, o aluno está sendo convidado a estudar sozinho, produzindo seu próprio conhecimento usando diferentes materiais didáticos, não se atrelando a uma fonte única de informação. Em 2012 tive que me render a globalização e fui forçado a fazer um sistema de EAD com forte integração entre os alunos, a exemplo do facebook. Entrou em voga prender a atenção do aluno e fomentar o seu interesse pelo sistema de EAD. Neste ano estou recebendo dezenas de solicitações de orçamento e contatos, algo muitas vezes maior que no ano passado. Concluo que o Brasil acordou. Na política: Fernando Henrique e Lula fizeram certa dobradinha, embora ninguém diga.
E o futuro? Não preciso ser profeta para adivinhar: Copa do Mundo e Olimpíadas. Muito dinheiro será e está sendo investido no país. Empresas com UOL e (pasmem) Lojas Leader tem cursos online. Uma multidão de novos profissionais está sendo formada com um perfil muito diferente das gerações passadas! A pressa da globalização e da internet chegou e arrastará todos nós.
O futuro chegou e é promissor porque aprendemos
a pensar.
Graças a Deus.
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Aguardamos você 🙂
Olá Alessandro,
Realmente é impressionante que uma ideia inovadora se desenvolva mesmo com caminhos sinuosos da política. Mas ainda bem, a EAD evoluiu. Para isso foi sim como disse necessário a evolução do pensar coletivo. Estamos num mundo globalizado que exige cada mais qualificação, ao mesmo tempo que exige dedicação exaustiva ao emprego, a saída? EAD, a qualquer hora, em qualquer lugar. No futuro as novas tecnologias de TI e as TIC, concerteza se integraram e valorizaram cada vez mais a EAD.
Estamos aguardando ansiosamente.
Att. Sthefany Caroline Bezerra da Cruz Silva
São poucos os profissionais de EAD, Shefany. Sua formação de pós-graduação em Metodologia e Gestão em Educação a Distância é rara ainda no Brasil. EAD tem ainda longo caminho a percorrer.
É realmente se pode notar como a Internet tem contribuído para a evolução do ensino, da educação, concordo que o Brasil ainda tem muito para crescer e que a EAD está muito diferente do que conhecíamos ou achavámos que se tornaria, está deixando de ser um sistema monótono, mas éde aprofundamento e aperfeiçoamento profissional em que podemos estudar o momento que quisermos, é revolucionário.
Muito interessante essa publicação. Me recordo do Instituto Universal Brasileiro e principalmente do telecurso 2º grau, o qual vi muitas vezes bem cedinho pela televisão enquanto me arrumava para ir à faculdade.
Também era descrente em relação ao EAD. Achava complicado a pessoa aprender sem que ouvesse um mediador constantemente, no caso o professor.
Hoje, com a própria evolução dos sistemas de EAD e tendo contato com essa modalidade de ensino, vejo o quanto estava errada e que o EAD te sim um mediador, aliás, em alguns casos, vários mediadores (tutor a distância, tutor presencial, professor respondendo em tempo real através de mediações no momento das transmissões, etc).
O EAD cresce a cada dia e vem quebrando paradigmas, mostrando que surge como uma excelente opção para muitos.
Ter me lembrado destas coisas, fatos de quase 30 anos atrás, me dão certo conforto. Significa que não joguei fora a minha vida, pois vivi coisas boas e ruins. Reclamar dos pesares do nosso caminho é pura perda de tempo. Aprendo que sempre devemos agradecer.
Um momento importante na história da EaD no mundo é a criação das Universidades Abertas de Educação a Distância, influenciadas pelo modelo da Open University britânica, fundada em 1969. As universidades abertas passam a utilizar intensamente mídias como rádio, televisão, vídeos, fitas cassetes e centros de estudo, realizando diversas experiências pedagógicas.No Brasil, em 1979, a Universidade de Brasília será pioneira no uso da Educação a Distância no ensino superior ao criar cursos veiculados por jornais e revistas, que em 1989 é transformado no Centro de Educação Aberta Continuada a Distância (CEAD) e lançado o Brasil EaD. De fato, a Educação a Distância constitui um recurso de incalculável importância para atender grandes contingentes de alunos, de forma mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida. Isso é possibilitado pelas novas tecnologias nas áreas de informação e comunicação que estão abrindo novas possibilidades para os processos de ensino-aprendizagem a distância. Vivamos o futuro!!!!
Ótimo resumo!